8.06.2009

Repescagem

Calma Bruno
Pára, não vá

Para quê tanta pressa?

Não, não vá.
Sem chinelos
Um robô anda por lá

Não, não vá!
Uma coberta,
Pura lã
Cobre os ombros das modelos
Ocidentais

Não Bruno, deixa estar
Um frio de ferro corta o peito dos que sofrem
Pelas moças
Acidentais

Casas perfumadas se espalham nos ouvidos
finos,

Ruídos se escutam
As paredes racham

E ratos,
Brancos de medo

Saem correndo, moendo e roendo
Os tapetes do teu castelo
Nobre refúgio de um cavaleiro sem arma
Sem cavalo e sem mulher
Não vá

Não é tua culpa, Bruno
Se os caixões estão mais leves
Que almas vivas, já penadas

Calma Bruno
Pára

Em cima de que leite derramado
Você vai ainda chorar?

Não vá

No carnaval

Vamos brindar!