Calma Bruno
Pára, não vá
Para quê tanta pressa?
Não, não vá.
Sem chinelos
Um robô anda por lá
Não, não vá!
Uma coberta,
Pura lã
Cobre os ombros das modelos
Ocidentais
Não Bruno, deixa estar
Um frio de ferro corta o peito dos que sofrem
Pelas moças
Acidentais
Casas perfumadas se espalham nos ouvidos
finos,
Ruídos se escutam
As paredes racham
E ratos,
Brancos de medo
Saem correndo, moendo e roendo
Os tapetes do teu castelo
Nobre refúgio de um cavaleiro sem arma
Sem cavalo e sem mulher
Não vá
Não é tua culpa, Bruno
Se os caixões estão mais leves
Que almas vivas, já penadas
Calma Bruno
Pára
Em cima de que leite derramado
Você vai ainda chorar?
Não vá
No carnaval
Vamos brindar!